Você está disposto a ser gota?

Para ser chuva é preciso primeiro ser gota, molhar a terra pouco a pouco, deixar em cada canto uma marca única, especial. A gota molha, mas antes é calma, não faz barulho, não é tempestade.

Quando a gota cai, vez após outra, ela é um sinal. Ela não é um acaso, ela revela um segredo, ela anuncia o que está por vir. A gota é prenúncio, é aviso, é paciente.

Quando a chuva vem ela traz consigo um alarde. Tem que correr para pegar a roupa no varal. Tem que se esconder para não estragar os cabelos. Tem que se proteger para não se molhar. A gota, não. A gota faz a gente pensar primeiro. Ela nos faz refletir sobre o que devemos fazer, e não agir no impulso. Gota é sabedoria.

E antes de ser chuva eu quero ser gota. Quero dar um passo de cada vez para não me apressar. Quero ser calmaria para não me esgotar. Quero ser só paz e não estar fora do lugar. Quero ser gota. Quero ser serena. Quero ser límpida. E se um dia, ainda assim, eu vier a ser chuva, que seja com a certeza de que não pulei fases – posso até molhar o jardim por inteiro, mas, antes de tudo, aprendi a regar uma só flor.

Ester Maria Novaes

(Se você tem os direitos autorais da imagem, por favor, avise-nos e atribuiremos os créditos)

E se não houvessem desculpas?

E se a sua vida dependesse exclusivamente de você, o que você teria feito dela? Trago verdades: ela depende, e a escolha de ser feliz ou não está apenas em suas mãos.

E se as suas feridas pudessem se tornar cicatrizes, em que você se apoiaria? Preciso te contar que não há nada tão doloroso que não possa ser curado.

E se quando tudo isso passar você abrir Continuar lendo E se não houvessem desculpas?

Por que não falar de espinhos?

E se é pra falar das coisas que deixei pelo caminho, sim, eu vou me alegrar. Não sou daquelas que fazem de conta que não se importam. Não sou daquelas que deixam de se importar.

As coisas que eu deixei foram tão importantes quanto as que me trouxeram até aqui – elas me ensinaram a perceber Continuar lendo Por que não falar de espinhos?